segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Medidas preventivas no RN

No Brasil ainda carecemos de políticas voltadas à prevenção de acidentes naturais, como é o caso de eventos meteorológicos extremos. Talvez isto explique, embora não justifique, os desastres ocorridos ultimamente no país, envolvendo um grande número de vítimas fatais, além dos desabrigados e dos prejuízos causados. Neste ano, somente nestes 31 dias de janeiro, temos a perversa contabilidade dos danos nos estados de Santa Catarina, Minas Gerais, além da região Serrana do Rio de Janeiro e da Grande São Paulo. Felizmente, em um caso que poderá servir de modelo, o governo do estado do Rio Grande do Norte procura tomar uma atitude diferente, antecipando-se aos fatos, segundo podemos apurar na matéria reproduzida a seguir:

"Governo apresenta relatório de chuvas e medidas preventivas no RN
Da redação do DIARIODENATAL.COM.BR, com informações da repórter Erta Souza
Na tarde desta segunda-feira no auditório da Governadoria, representantes da Defesa Civil, Emparn e Secretaria do Estado de Justiça e Cidadania concederam entrevista coletiva acerca das providências tomadas nos municípios potiguares atingidos pelas chuvas.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil do Rio Grande do Norte, tenente-coronel Acioly foram vistoriadas as áreas de riscos dos municípios de Jucurutu, Tangará, São Paulo do Potengi, Assu, Ipanguaçu e Apodi. A situação de maior risco é no açude Guarita no município de Tangará, distante 88 km de Natal, onde uma das paredes ameaça se romper em caso de chuvas maiores e pode inundar os municípios de Boa Saúde, Nísia Floresta, São José de Mipibu, Monte Alegre e Lagoa Salgada. Medidas paliativas estão sendo tomadas pelo Corpo de Bombeiros para a reparação da estrutura que está interditada.
Nesta semana equipes da Defesa e Corpo de Bombeiros farão vistorias nos municípios de Caicó, Mossoró e Pau dos Ferros. Na reunião ainda foi explicado sobre a Lei 12.840/10 que institui o Sistema Nacional de Defesa Civil, e os casos em que os municípios podem decretar estado de calamidade para contar com benefícios do Estado e Governo Federal.
Segundo o secretário de Justiça e Cidadania, Thiago Cortez o período de chuvas mais intensas deverá ocorrer no RN entre os dias 15 de março e 15 de abril, os responsáveis pela defesa civil dos municípios devem cadastrar as famílias situadas em áreas de risco e os locais para abrigo em caso de enchentes.
Previsão
De acordo com o gerente de meteorologia da Emparn, Gilmar Bristot, nas próximas 72 horas poderá haver precipitações acima de 50 mm na região Oeste do RN em: Água Nova, Alexandria, Coronel João Pessoa, José da Penha, Luís Gomes, Major Sales, Marcelino Vieira, Paraná, Rafael Fernandes, Riacho de Santana, São Miguel, Tenente Ananias e Venha Ver; e na região do Seridó: Jardim de Piranhas, Serra Negra do Norte e Timbaúba dos Batistas."

Fonte: http://www.dnonline.com.br/ver_noticia/62383/

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Groenlândia degela menos que o previsto


No auge do verão, blocos de gelo correm para o mar com uma velocidade entre 46% e 78% menor que o esperado

O aquecimento global é uma realidade, mas algumas das catástrofes relacionadas ao fenômeno podem ter que ser revistas. É o caso do manto de gelo da Groenlândia, que pode estar menos ameaçado que o previsto.

Pesquisadores europeus realizaram um estudo, publicado na revista "Nature", em que afirmam que o degelo da ilha pode levar mais tempo do que se imaginava.

A causa do temor dos glaciólogos era um fenômeno denominado drenagem subglacial. A água gerada pelo derretimento do gelo infiltra-se em pequenos canais e alcança a camada rochosa abaixo do manto gelado.

Essa água, então, escorre em direção ao mar, formando uma lâmina aquática que atua como lubrificante e faz com que blocos de gelo "escorreguem" para o oceano.

Mas cientistas perceberam, analisando a ilha por satélite, que a drenagem subglacial causa menos estragos do que se pensava.

A partir de um limite de derretimento do gelo -1,4 cm por dia do manto-, a água para de abastecer a interface entre gelo e rocha e começa a se infiltrar em canais no gelo, escoando para o mar. O efeito lubrificante é, então, reduzido.

Os cientistas calculam que, em anos quentes, conforme o verão avança e as temperaturas sobem, a velocidade com que os blocos de gelo se deslocam para o mar se reduz entre 46% e 78%.

"O estudo é uma contribuição importante para a correção dos modelos matemáticos usados para prever o ritmo de redução do gelo da ilha", diz o glaciólogo Jefferson Simões, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera. Ele ressalta que os efeitos do aquecimento global sobre o gelo continuam valendo.

Segundo Andrew Shepherd, da Universidade de Leeds (Inglaterra) e um dos autores do trabalho, o estudo mostra que o gelo está mais seguro na Groenlândia do que o imaginado.

As previsões sobre o aumento do nível do mar -o IPCC (o painel da ONU para o clima) previa até 59 cm em 100 anos- talvez tenham de ser revistas, diz ele. Especialmente porque a Groenlândia é uma das grandes vilãs da elevação do nível dos mares.

Isso porque, em razão da localização, suas geleiras ficam a uma temperatura muito próxima da de fusão do gelo. "É necessário muito menos calor para derreter o gelo da ilha do que, por exemplo, o da Antártica", diz Simões.

Em 2007, o IPCC tinha causado polêmica ao estimar mais degelo do que o real. O órgão dizia que o gelo do Himalaia sumiria até 2035 -em 2010, o IPCC voltou atrás.
(Luiz Gustavo Cristino)
(Folha de SP, 27/1)

Extraído do jc-online

domingo, 23 de janeiro de 2011

ABC organiza grupo de estudos sobre desastres ambientais

Diante do quadro de destruição enfrentado pela população de diversas áreas do País recentemente atingidas pelas chuvas, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) se solidariza com as vítimas das tragédias ambientais e sociais ocorridas.
A ABC se propõe a contribuir com o Governo Federal e Governos Estaduais, mobilizando alguns dos principais cientistas do país para avaliar como a ciência e tecnologia podem contribuir para a previsão, prevenção e mitigação dos impactos dos desastres naturais. Os convites para adesão ao grupo de estudos multidisciplinar serão coordenados pelo presidente Jacob Palis e pelos membros da ABC Carlos Nobre e Pedro Leite da Silva Dias, especialistas em mudanças climáticas.
Fonte: portal da Academia Brasileira de Ciências - original aqui.

Extremo e perigoso

Recorde de 2010 confirma aquecimento global e é alerta para desastres climáticos


Marcado por desgraças climáticas de todos os tipos, 2010 foi considerado na quinta-feira pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM) uma prova de que o aquecimento global está em curso. Classificado como o ano mais quente desde 1850, quando os registros começaram, 2010 está estatisticamente empatado com 1998 e 2005.

Leia mais aqui

Alerta que vem da lama

Biogeógrafo americano Jared Diamond afirma que estamos sob risco de suicídio ecológico, mas há saída

Rubbish! É a resposta - em bom inglês - do biogeógrafo americano Jared Diamond para a pergunta sacada com frequência pelos "céticos do clima" no afã de congelar o debate ambiental: o aumento da temperatura do planeta, ao qual se atribui a intensificação dos ciclos de calor e frio testemunhada hoje por toda a parte, pode ser o resultado de um ciclo natural da Terra? Rubbish - lixo, besteira. "A ideia de que as mudanças climáticas que estamos presenciando hoje são naturais é tão ridícula quanto a que nega a evolução das espécies", fustiga o autor de Colapso (Record, 2005), um tratado multidisciplinar de 685 páginas na edição brasileira que analisa as razões pelas quais grandes civilizações do passado entraram em crise e virtualmente desapareceram. E a questão assustadora que emerge de seu olhar sobre as ruínas maias, as estátuas desoladoras da Ilha de Páscoa ou os templos abandonados de Angkor Wat, no Camboja, é: será que o mesmo pode acontecer conosco?
A resposta de Diamond, infelizmente, é sim. Ganhador do Prêmio Pulitzer por sua obra anterior, Armas, Germes e Aço (Record, 1997), em que focaliza as guerras, epidemias e conflitos que dizimaram sociedades nativas das Américas, Austrália e África, o cientista americano há anos nos adverte sobre os cinco pontos que determinaram a extinção de civilizações inteiras. O primeiro, é a destruição de recursos naturais. O segundo, mudanças bruscas no clima. O terceiro, a relação com civilizações vizinhas amigas. O quarto, contatos com civilizações vizinhas hostis. E, o quinto, fatores políticos, econômicos e culturais que impedem as sociedades de resolver seus problemas ambientais. Salta aos olhos em sua obra, portanto, a centralidade que tem a ecologia na sobrevivência dos povos.
Mais, leia  no aliás , portal do Estado de SP.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Mudanças Climáticas: FAPESP e Facepe lançam nova chamada


18/1/2011

Agência FAPESP – A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Pernambuco (Facepe) lançam nova chamada de propostas para seleção de projetos de pesquisa cooperativa e intercâmbio de pesquisadores e estudantes em ciências agronômicas, ciências da vida, exatas, sociais e engenharias.
Podem participar pesquisadores de instituições de ensino superior ou pesquisa, públicas ou privadas, no Estado de São Paulo e no Estado de Pernambuco. Os interessados devem apresentar projetos de pesquisa científica e tecnológica cooperativa relacionados à mudança climática global.
As propostas poderão – mas não obrigatoriamente – ser articuladas em conjunto com propostas de cientistas da França submetidas a duas opções de chamadas da agência francesa Agence Nationale de Recherche (ANR).
Serão considerados projetos de pesquisa colaborativa sobre mudança climática global nos temas:
    1) Pesquisa envolvendo o monitoramento físico e biogeoquímico do Oceano Atlântico Tropical Ocidental para detecção de mudanças climáticas oceânicas e mudanças no ciclo de carbono oceânico, incluindo estudos de acidificação do oceano e seu impacto na vida marinha.2) Pesquisa envolvendo o mapeamento dos usos e cobertura da terra e a mensuração dos estoques e fluxos de carbono na região semi-árida e em outras regiões brasileiras, utilizando medidas in situ, técnicas de sensoriamento remoto e modelagem matemática. 3) Pesquisas sobre impactos das mudanças climáticas projetadas até o fim do século sobre recursos hídricos da região semi-árida e de outras regiões brasileiras, especialmente no que concerne à agricultura, a geração de energia e o abastecimento humano, identificando principais vulnerabilidades e estratégias de adaptação. 4) Pesquisas sobre os impactos da alteração do nível do mar e das mudanças climáticas projetadas até o final do século nas zonas costeiras brasileiras, identificando vulnerabilidades e estratégias de adaptação.
A chamada compreende duas modalidades: I) Propostas para os projetos de pesquisa cooperativos nas modalidades de Auxílio Regular ou Projeto Temático. Essas propostas podem envolver pesquisadores de São Paulo, Pernambuco e/ou França; II) Apoio complementar a projetos em andamento visando ao intercâmbio entre pesquisadores de São Paulo e Pernambuco.
As propostas podem ser apresentadas até o dia 14 de abril, simultaneamente pelos pesquisadores de São Paulo à FAPESP e de Pernambuco à FACEPE. Para propostas franco-brasileiras o proponente francês deve seguir as datas publicadas pela ANR.
Mais informações no texto completo da chamada (Chamada FAPESP 01/2011): www.fapesp.br/facepe

Fonte: Portal da FAPESP

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Região Nordeste tem previsão climática até o próximo mês de março

17/01/2011 - 13:23
A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) apresentará as previsões climáticas para a quadra chuvosa no dia 19, a partir das 9 horas, no auditório da entidade. O anúncio acontece após a realização do "Workshop para Avaliação Climática para o Nordeste", no dia 18.
Enquanto isso, para situação da Região Nordeste, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT) divulgou um prognóstico regional com previsões até o próximo mês de março. No caso, os dados serão atualizados também na próxima semana, no dia 18, cujas informações serão referentes até abril.
Segundo o meteorologista do Inpe, Felipe Farias, o que chamou atenção para o Nordeste é que haverá uma variação da quantidade normal para ligeiramente acima do normal, na parte norte da região, que engloba o Ceará, o norte da Bahia, parte do Maranhão, do Rio Grande do Norte, da Paraíba e de Pernambuco. Já a temperatura, estará "em torno da normal".
Conforme o prognóstico, 45% das chuvas seriam próximas à média normal; 35% acima e 20% abaixo para o período. Em relação a essa "média normal", o meteorologista da Funceme José Maria Brabo Alves, informou que a temperatura no Nordeste é praticamente a mesma do Estado, de 28°C a 29°C. Já as chuvas, como pontuou, a média no Ceará é de 850mm (de fevereiro a maio) e de 700 a 800 mm, na parte norte do Nordeste.

Fonte: Portal de notícias do MCT (veja aqui).

Previsões mais acertadas

Agência FAPESP – Apesar de estimar hoje com até 97% de acerto a probabilidade de chuvas nas próximas 24 horas, a previsão de tempo no Brasil ainda é incapaz de determinar com exatidão se temporais como os que castigaram São Paulo nesta semana voltarão a se repetir nos próximos dias com a mesma intensidade.
O problema se deve a limitações dos modelos meteorológicos (representações numéricas aproximadas do comportamento da atmosfera) utilizados até agora no País.
Mas, um supercomputador, que entrou em operação no início de janeiro no Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), em Cachoeira Paulista (SP), promete possibilitar aprimorar esses modelos para que possam indicar com maior precisão e antecedência chuvas e fenômenos meteorológicos extremos, como tempestades, que estão se tornando comuns no País.

O texto acima faz parte do artigo de Elton Alisson publicado no BE da FAPESP no dia 13/01/2011.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Vidro quebrado deixa pistas sobre o clima.

Quem diria que a quebra de um copo de vidro poderia contribuir para o estudo do clima? 
Pois isto é o que acha o pesquisador Jasper Kok do Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica dos EUA, o famoso NCAR (sigla em inglês para National Center for Atmospheric Research). O feito tem recebido destaques, conforme pode ser conferido nos links abaixo (em inglês):